quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

A PARTE QUE FALTA. Jout Jout maravilhosa dá aula sobre a vida!

Jout Jout dá uma aula sobre a vida através do livro "A parte que falta" de Shel Silvertein.
Como queríamos viver sem angústias, completos, perfeitos. Sem a parte que falta em nós. Mas será que existe alguém que viva sem alguma parte?

Sem mais spoilers, segue o vídeo:


Maravilhosa a sensibilidade do autor!
Jout jout emociona ao refletir sobre o livro!

No youtube: https://www.youtube.com/watch?feature=share&v=GFuNTV-hi9M&app=desktop

Na amazon: https://www.amazon.com.br/Parte-que-Falta-Shel-Silverstein/dp/8540503611?tag=kns00-20&ascsubtag=356cdabb-e18f-47a8-9f05-4e96daa0d2f5


segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

"Seja um idiota!" Crônica de Arnaldo Jabor

A idiotice é vital para a felicidade.
Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre. A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins.
No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota! Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.
Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto.
Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo,soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça? Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?
É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí,o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.
Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas… a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim. Brincar é legal. Entendeu? Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço,não tomar chuva.
Pule corda! Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida – e esse é o único “não” realmente aceitável. Teste a teoria. Uma semaninha, para começar.
Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras. Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir… Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!
Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora? A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche!
Arnaldo Jabor


terça-feira, 19 de dezembro de 2017

5 verdades budistas para se inspirar para o ano novo!

            Mais um novo ano que está para se iniciar e já começamos a desejar e fazer votos de mais amor, mais paz, harmonia e renovação. As promessas também são constantes para a virada e nova página em branco.
            A filosofia Budista fala sobre 5 verdades que são realmente desafios se quisermos ter uma atitude diferente diante da vida. O ano novo traz consigo esperança de novas mudanças, e depende do nosso entender a vida as mudanças que queremos ver em nós e no mundo.
            Segundo o Budismo, a felicidade genuína é aquela que acolhe todos os aspectos da vida, mesmo os negativos. Essa aceitação se faz necessária se quisermos viver de forma gratificante e livre. Essas 5 verdades em prática, nos auxilia a não fechar os olhos para a realidade e exercitar a constante fluidez que a vida nos obriga a lidar.

1) A preocupação é inútil

A preocupação é inútil no momento em que fica apenas na mente e não tem o poder de interferir no fato prático da vida. É energia gastada a toa.
Será que essa preocupação vai mudar o que vai acontecer? Se não, é perda de tempo que gera muita ansiedade e estresse.
O mestre budista Thich Nhat Hanh diz:
“A preocupação não faz nada. Mesmo se você se preocupar vinte vezes mais, isso não mudará a situação do mundo. Na verdade, sua ansiedade só piorará as coisas.”

Mesmo que as coisas não saiam como gostaríamos, podemos ficar satisfeitos sabendo que demos o nosso melhor.
O mestre ainda conta que temos que praticar o exercício de nos fixarmos no presente. “Estou feliz agora. Não me pergunto mais nada.”

2) Se queremos ser felizes, devemos ver a realidade como ela é.

Ao invés de ficarmos apegados as nossas próprias crenças e valores, a filosofia do budismo diz para nos concentrarmos em permanecer abertos e curiosos para qualquer nova verdade.
Às vezes queremos nos manter 100% positivos, evitando emoções ou sentimentos negativos, mas as dificuldades aparecem e aceita-las faz parte da vida, é só com a companhia de sentimentos bons e ruins que nossa felicidade será mais verdadeira. O mestre budista Pema Chödrön diz o melhor:
“Temos duas alternativas: questionar nossas crenças, ou não.
Ou aceitamos as versões fixas e impostas da realidade, ou começamos a desafiá-las. Na opinião de Buda, treinar em permanecer aberto e curioso – permitindo a dissolução de nossas suposições e crenças – é o melhor uso de nossas vidas humanas.”

3) Precisamos aceitar a mudança ativamente

Tudo na vida é mudança. Nós mudamos todos os dias, crescemos, envelhecemos. As estações do ano mudam, o clima muda todos os dias. Mesmo assim, muitos de nós tentam manter as coisas constantes e imutáveis, o que só gera frustração, pois vai contra as forças do universo.
Aceitar a mudança nos dá uma enorme libertação, pois agimos em congruência com a natureza das coisas e então não há conflito.
O budismo diz que tudo está em constante fluxo. Podemos resistir a mudança e constatar mesmo assim que as coisas não estão sempre iguais e sofrer com isso, ou então, abraçar a mudança como algo natural e caminhar de mãos dadas com ela, gerando liberdade e energia capaz de criar a vida que queremos.
“Enquanto o conservadorismo e a autoproteção podem ser comparados ao inverno, à noite, e à morte, o espírito de pioneirismo e tentativa de realização de ideais evoca imagens de primavera, manhã e nascimento.” - Daisaku Ikeda.

4) A raiz do sofrimento está perseguindo sentimentos temporários

Confundimos a idéia de felicidade com algumas emoções como alegria, euforia, prazer, mas esses são apenas sentimentos temporários. A busca frenética por esses sentimentos gera sofrimento por que eles não duram.
A verdadeira felicidade vem da tranquilidade de ser, estar contente com o que você tem e aquilo que você é.
Yuval Noah Harari descreve perfeitamente:
“De acordo com o budismo, a raiz do sofrimento não é o sentimento de dor, nem de tristeza, nem mesmo de falta de sentido.
Em vez disso, a verdadeira raiz do sofrimento é essa busca eterna e inútil de sentimentos efêmeros, que nos faz estar em constante estado de tensão, inquietação e insatisfação.
Devido a esta busca, a mente nunca está satisfeita. Mesmo quando experimenta prazer, não está contente, porque teme que esse sentimento possa desaparecer em breve e anseia que esse sentimento permaneça e se intensifique.
As pessoas são libertadas de sofrer não quando experimentam esse ou aquele prazer fugaz, mas sim quando entendem a natureza impermanente de todos os seus sentimentos, e param de aniquilá-los.”

5) A meditação é um caminho para reduzir o sofrimento

Através da meditação constatamos que tudo é impermanente, inclusive nossos sentimentos. Nos faz ficar no presente, que é realmente tudo o que temos.
Na meditação devemos observar nossa mente e nosso corpo. Com o surgimento de pensamentos, vamos percebendo o quão inútil é persegui-los, uma vez que são muito voláteis. O exercício é ficar com a mente relaxada, não se distrair com esses pensamentos, mas voltar sempre ao tempo presente. Vários sentimentos nos visitam – alegria, raiva, tédio, incômodo – mas eles passam, e nós ficamos.
Experimentamos a serenidade que não teria sido possível se ficássemos na eterna perseguição de sentimentos agradáveis momentâneos.
Você passa a viver no momento presente em vez de fantasiar sobre o que poderia ter sido (Yurval Noah Harai).



Referências:

https://sociologialiquida.com.br/5-verdades-brutais-sobre-vida-segundo-budismo/

terça-feira, 21 de novembro de 2017

Quem foi temperar o choro e acabou salgando o pranto? Poema de Leandro Gomes de Barros

            Ariano Suassuna, nesta entrevista fala sobre o "problema filosófico mais grave da humanidade", ele acredita que o problema do mal e do sofrimento humano é o tema que mais gera discussão e questionamento profundo em nós.
            É perguntado a Suassuna: "Você acredita em Deus?" e, ele mais do que prontamente, responde que sim. Pois caso não acreditasse, a vida não teria sentido diante de tanta dificuldade e amarguez do mundo.
            Cita o poema de Leandro Gomes de Barros, que para ele formula uma pergunta muito séria acerca de Deus e do sofrimento dos homens, caso se encontrasse com Ele.
            Diante dos poucos minutos de fala do poeta, fiz a pergunta do poema a mim. O que você diria caso se encontrasse com Deus?

O poema:

Se eu conversasse com Deus
Iria lhe perguntar:
Por que é que sofremos tanto
Quando viemos pra cá?
Que dívida é essa
Que a gente tem que morrer pra pagar?
Perguntaria também
Como é que ele é feito
Que não dorme, que não come
E assim vive satisfeito.
Por que foi que ele não fez
A gente do mesmo jeito?
Por que existem uns felizes
E outros que sofrem tanto?
Nascemos do mesmo jeito,
Moramos no mesmo canto.
Quem foi temperar o choro
E acabou salgando o pranto?”

A entrevista: 





Referências:
http://www.pensarcontemporaneo.com/ariano-suassuna-declama-quem-foi-temperar-o-choro-e-acabou-salgando-o-pranto/

https://www.youtube.com/watch?v=Beq961fusnk

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Auto-responsabilidade pela bagunça: o bem e o mal em mim.

           Uma das grandes conquistas do mundo infantil é aprender a dizer não. Antes, ainda bebês, não tínhamos essa consciência. Nossos pais nos levavam para onde queriam, colocavam as roupas que queriam e nos alimentavam da maneira que queriam. Vamos crescendo e ao nos tornarmos adultos, aprendendo a negar aquilo que não nos agrada, separamos aquilo que gostamos e queremos para nós, daquilo que queremos manter longe.
            Parte desse processo faz com que o indivíduo se identifique com um lado e deixe o outro de lado, é importante que essa identificação seja com o lado bom, mas falaremos disso daqui a pouco. O que quero dizer é que a partir dessa separação, uma sombra vai sendo criada, um lugar depositário daquilo que nós não identificamos como nosso. Vemo-nos como apenas sob um aspecto e todo o resto está fora de mim.
            Ao longo do desenvolvimento psíquico, essa sombra, que antes era identificada como algo fora de nós, passa a se aproximar e ser encontrada em uma realidade interna e acabamos confrontados pelo problema dos opostos.
            Talvez a primeira grande e crucial divisão venha dos opostos bem e mal. É de muita importância que o lado do bem tenha um peso maior para nós do que o lado do mau. Para nossa sobrevivência e a sobrevivência do nosso ego, o bem precisa ocupar um lugar maior na nossa psique do que o mal. Ou seja, vamos nos enxergando como detentores do bem e todo o mal está lá fora, em algo ou alguém. Acaba-se criando um mecanismo de dar um lugar específico para a maldade.
            Ao perceber que os dois lados habitam em nós passamos a ter a capacidade de, aos poucos, ir assumindo responsabilidade por esse mal. Pelo nosso mal. Esse funcionamento nos torna mais consciente, pois não nos identificamos com apenas um dos lados, mas sim com a tensão que se coloca entre esses opostos. Esse é um mecanismo gerador de consciência, como diz Edinger (2008): “Sempre que somos tomados por uma identificação com um dos lados dos opostos beligerantes, perdemos, nesse instante pelo menos, a possibilidade de sermos um portador de opostos. Ao invés disso nos tornamos uma das pedras moedeiras de Deus que tritura o nosso destino. Nessas horas, ainda colocamos o inimigo para fora de nós e, assim fazendo, somos apenas uma partícula.”
            Claro que essa não é uma tarefa fácil, mas um divisor de águas para aqueles que tem a sede de se aprofundar. Edinger (2008), ainda coloca que ser sempre o vencedor não é bom psicologicamente, pois não experimentamos o outro lado da polaridade, o que nos deixa superficiais. Diz ele que a derrota é o portão para o inconsciente. Todas as pessoas profundas já conheceram a derrota e ela é parte fundamental dessa experiência dos opostos.

            A derrota ou o lado mal está em mim, mas não sou ele. Ele é parte de um todo onde existe o bem também. Isso me faz mais completo e mais inteiro.




Referências:
Edinger, E. O Mistério da Coniunctio. São Paulo: Paulus, 2008.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

A animação gay 'In a Heartbeat' encanta corações ao contar a história de um menino apaixonado!

     Homossexualidade ainda é um tema tabu entre muitos. Intolerância, raiva e ódio não são sentimentos difíceis de se achar por ai quando falamos desse assunto.
     Porém, dois estudantes dos Estados Unidos, fizeram um curta-metragem que fez com que em menos de uma semana o vídeo tivesse mais de 6 milhões de visualizações. Tratando o tema da homossexualidade de forma incrivelmente fofa: Sherwin se apaixona pelo colega de sala e seu coração pula para fora de seu corpo, perseguindo o amado. Um jeito muito engraçado de ver o apaixonamento.
    "In a heartbeat" é mais um instrumento da luta contra o preconceito LGBT, além de ser de derreter o coração.
     


No YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=2REkk9SCRn0

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Crianças super protegidas: pais-helicóptero e os desafios de uma educação saudável

              Sempre há conflito entre as gerações. Cada uma tem uma característica especial, o que gera uma identificação comum. Geração X, Y, Z e a nova geração, que muitos andam chamando de geração Alfa – aquelas que nasceram depois de 2008, são marcadas por eventos históricos e pelo modo de criação que seus pais as educa.
            Esta última é uma geração que tem pais preocupados demais e super-protetores demais. Sabem dos perigos do mundo e procuram a todo custo poupar suas crias da tristeza e do desafio que é viver.
            O artigo retirado do blog “Pensar Contemporâneo” faz um recorte e discorre sobre os pais-helicóptero, que são aqueles que ficam o tempo todo sobrevoando e girando em torno de seus filhos. E nos alerta para os males que essa proteção excessiva causa nas crianças que ainda estão se desenvolvendo.




                   Segue o artigo na íntegra:
            ‘Pais-helicóptero’ são os pais que estão sempre girando em torno dos filhos. Praticamente os embrulham em plástico-bolha, criando uma corte de jovens adultos que têm dificuldade de ter um desempenho satisfatório no trabalho e em suas vidas.
Descrição: https://t.dynad.net/pc/?dc=5550003381;ord=1499867549749Descrição: https://t.dynad.net/pc/?dc=5550003378;ord=1499867549822Descrição: https://t.dynad.net/pc/?dc=5550003382;ord=1499867818786           ‘Pais-helicóptero’ pensam que estão fazendo o melhor, mas, na verdade, estão prejudicando as chances de sucesso dos filhos. Em particular, estão arruinando as chances de que os filhos consigam um emprego e consigam mantê-lo.
            ‘Pais-helicóptero’ não querem que seus filhos se machuquem. Querem suavizar cada golpe e amortecer cada queda. O problema é que essas crianças superprotegidas nunca aprendem como lidar com a perda, com o fracasso ou com o desapontamento — aspectos inevitáveis da vida de todos.
            A superproteção torna quase impossível que esses jovens desenvolvam a tolerância em relação à frustração. Sem esse importante atributo psicológico, os jovens entram na força de trabalho em grande desvantagem.
            ‘Pais-helicóptero’ fazem coisas demais pelos filhos, portanto, essas crianças crescem sem uma ética de trabalho saudável e sem habilidades básicas. Sem essa ética de trabalho e habilidades necessárias, o jovem não será capaz de realizar muitas das tarefas exigidas pelo local de trabalho.
            ‘Pais-helicóptero’ superprotegem seus filhos e os privam de qualquer consequência significativa por suas ações. Com isso, eles perdem a oportunidade de aprender lições de vida valiosas a partir dos erros que cometem; as lições de vida que iriam contribuir para sua inteligência emocional.
‘Pais-helicóptero’ protegem suas crianças de qualquer conflito que possam ter com seus colegas. Quando essas crianças crescem, não sabem como resolver dificuldades entre eles e um colega ou supervisor.
            As pessoas resolvem problemas tentando coisas, cometendo erros, aprendendo e tentando novamente. Esse processo cria confiança, competência e autoestima. ‘Pais-helicóptero’ impedem que seus filhos desenvolvam todos esses importantes atributos que são necessários para uma carreira de sucesso.
            ‘Pais-helicóptero’ pensam que seus filhos devem vencer qualquer coisa. Todo mundo que participe de um evento esportivo deve ganhar um troféu. Todos devem conseguir uma nota de aprovação, mesmo que sua tarefa esteja atrasada ou malfeita.
            Em um local de trabalho funcional, há apenas um vencedor de uma competição, e apenas um trabalho de alta qualidade é recompensado. Se as crianças crescem pensando que independentemente do que façam irão vencer, não perceberão que, na verdade, têm de trabalhar duro para conseguir ter sucesso.
            Esses jovens mimados ficarão arrasados quando continuarem perdendo competições, se saindo mal em entrevistas ou sendo demitidos de seus empregos. Não entenderão quanto esforço é realmente necessário para ser um vencedor no mundo do trabalho.
            Esses jovens carecem de competência e ação por nunca terem tido de resolver um problema ou completar um projeto sozinhos. Esperam que outros façam essas coisas para eles, assim como seus pais sempre fizeram. Em essência, não podem pensar ou agir por si mesmos.
            A criação-helicóptero inculca uma série de atitudes negativas nas crianças. Elas crescem com grandes expectativas de sucesso, independentemente de quanto tempo ou energia investem, e sentem que merecem tratamento preferencial — sendo que nenhum dos dois comportamentos cai bem com seus colegas ou chefes.
            Em uma entrevista de emprego, os futuros empregadores podem ser dissuadidos pela atitude excessivamente egocêntrica de um jovem ou alarmados por sua falta de habilidades básicas.
            A aura de ignorância e incompetência de um jovem, combinada com expectativas de recompensas imediatas e substanciais sem relação com o desempenho, pode ser o beijo da morte em qualquer entrevista para um bom emprego.
            Quando os pais decidem acompanhar seu filho de 20 e poucos anos em uma entrevista de emprego, isso mina qualquer confiança que um empregador possa ter nesse funcionário em potencial. “Por que”, os empregadores podem se perguntar, “alguém procurando emprego precisaria trazer a mamãe ou o papai na entrevista, a menos que esse jovem seja mais uma criança do que um adulto?”.
            Mesmo de pequenas maneiras, os ‘pais-helicóptero’ paralisam seus filhos. A criança adulta de ‘pais-helicóptero’ vai fazer sua pausa para o café e então sair da copa sem ter limpado sua sujeira ou lavado sua xícara. Podemos imaginar como isso causará ressentimento entre seus colegas.
            Esses jovens esperam que “alguém” limpe sua coisas, da mesma forma que sua sujeira foi sempre limpada quando eram crianças. Não percebem que já não há ninguém os seguindo, limpando sua sujeira, seja física, interpessoal ou profissional.
            Barb Nefer, em um artigo publicado no site WebPsychology, diz que a geração do “milênio está sendo fortemente atingida pela depressão no trabalho. Um em cada cinco trabalhadores [20%] já sofreu de depressão no trabalho, comparado a 16% da Geração X [nascidos entre 1960 e final dos anos 70] e dos ‘baby boomers’ [nascidos entre 1943 e 1960]”.
            Nefer destaca que, de acordo com um “‘white paper’ da Bensinger, DuPont & Associates, os ‘millennials’ têm desempenho inferior no trabalho e índices mais altos de absenteísmo, bem como mais conflitos e incidentes de advertência por escrito”, fatores que “podem afetar o desempenho no trabalho”.
            De acordo com um artigo de Brooke Donatone publicado pelo Washington Post, uma nota de 2013 na revista “Journal of Child and Family Studies revelou que universitários que tiveram criação-helicóptero relataram níveis mais altos de depressão”.
            O artigo do Washington Post também destaca que uma “criação intrusiva interfere no desenvolvimento da autonomia e da competência. Por isso, a criação-helicóptero leva a uma maior dependência e menor habilidade de completar tarefas sem supervisão dos pais”.
            Às vezes, a melhor forma de ‘estar presente’ na vida dos filhos é não estar.
            Os artigos acima deixam claro que a ‘criação-helicóptero’ está contribuindo para um crescente índice de depressão entre jovens bem como para uma incapacidade de ter um desempenho otimizado no local de trabalho.
Se você é um pai ou uma mãe que quer que seus filhos sejam bem-sucedidos na carreira quando adultos, precisa estar ciente de quaisquer tendências relacionadas à criação-helicóptero em você ou em seu parceiro.
            Amar seus filhos significa guiá-los, protegê-los e apoiá-los. Não significa sufocá-los, superprotegê-los ou fazer tanto por eles que nunca aprendam a pensar por si mesmos, a lidar com desafios ou com o desapontamento e fracasso.
            A coisa mais amorosa que você pode fazer como pai ou mãe é dar um passo atrás e deixar seu filho cair, se preocupar e resolver as coisas sozinho. Às vezes, a melhor forma de “estar presente” na vida de seu filho é não estar. É assim que você os capacita a desenvolver confiança, competência, autoestima e inteligência emocional.
            Hoje os jovens precisam de pais que os ajudem a se tornar adultos úteis. Isso significa girar menos em torno deles e embrulhá-los menos em plástico-bolha e empoderá-los mais para que façam coisas por si mesmos, resolvam coisas por si mesmos e aprendam a lidar com as dificuldades, tudo por si mesmos.


Referências:
http://www.pensarcontemporaneo.com/2024-2/